Mostrando postagens com marcador allison janney. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador allison janney. Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de dezembro de 2023

Resistência (The Creator, 2023)

Resistência (The Creator, 2023). Dir: Garreth Edwards. Belíssimo filme de ficção científica que é um sopro de ar fresco em meio a tantas versões de Star Wars ou filmes da Marvel dominando as telas. "Resistência" usa de muitas referências, claro, "Blade Runner", "Akira", "A.I" do Spielberg até mesmo "E.T.", mas é uma história totalmente original.
No futuro, a Terra está em guerra com as IA (Inteligência Artificial). Ou melhor, os Estados Unidos estão em guerra com a IA porque, supostamente, uma explodiu uma bomba atômica em Los Angeles, pulverizando milhões de pessoas em segundos. Os Estados Unidos constroem uma fortaleza voadora chamada NOMAD, que vigia todo o planeta e dispara mísseis sobre os inimigos.
John David Washington é um soldado das forças especiais que é recrutado para encontrar uma arma construída pelas IA na Ásia. Ao mesmo tempo, ele espera poder reencontrar sua esposa, que teria sido morta no começo do filme mas que ele acredita que ainda esteja viva. A tal "arma" que ele encontra tem o formato de uma criança pequena de uns seis anos (Madeleine Yuna Voyles), que ele passa a chamar de "Alphie". A criança, aos poucos, começa a se aproximar dele e a agir como uma criança comum, não como uma arma que poderia destruir os americanos. Fica a dúvida no ar... a criança realmente tem sentimentos ou é só programada para fingir? Como espectador, você fica o tempo todo "mudando de lado", ora torcendo para os americanos, ora torcendo pela Resistência.
O que realmente impressiona é a construção de mundo. Há centenas de efeitos visuais o tempo todo, misturados às paisagens filmadas na Tailândia e países vizinhos. Tudo é tão integrado que você se esquece que está vendo efeitos especiais. Há até monges budistas que são robôs, tudo integrado à narrativa. O roteiro tem algumas parte difíceis de engolir e todo o terceiro ato depende de uma série de conveniências para dar certo, mas não importa. É bastante emocionante.

O filme foi feito com um orçamento baixo, 80 milhões de dólares (contra uns 300 milhões do último Indiana Jones e 200 milhões de Aquaman 2). A recepção foi mista, muita gente esperava mais; para mim, é um filmão a ser visto e revisto. Disponível na Star+. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Lou (2022)

 
Lou (2022). Dir: Anna Foerster. Netflix. Em um (raro) bom filme de suspense e ação produzido pela Netflix. Allison Janney (The West Wing, Eu Tônia) é uma ex agente da CIA que está escondida em uma ilha isolada na costa dos EUA (embora, vamos combinar, se ela está se escondendo, está fazendo um péssimo trabalho; todos na cidadezinha próxima a conhecem pelo nome). Estamos nos anos 1980, como mostram imagens do presidente Reagan na TV e pela trilha sonora composta por sucessos como "Africa", do Toto.

Uma vizinha, Hannah (Jurnee Smollett), tem a filha pequena sequestrada por um homem misterioso, Phillip (Logan Marshall-Green, que é um CLONE de Tom Hardy) e é então que Lou se revela como uma especialista em armas e em seguir rastros em uma floresta encharcada. Lou e Hannah partem em busca da menina debaixo de uma tempestade e, no caminho, as peças do quebra cabeça vão se juntando para revelar quem é quem, de verdade.

Janney, que geralmente interpreta personagens cômicas ou sarcásticas, está bem em um filme de ação. Ela carrega marcas físicas e psicológicas no corpo das coisas que teve que fazer em décadas na CIA. Hannah também carrega marcas pelo corpo, resultado de um relacionamento tóxico. É um filme de ação de um ponto de vista feminino, o que inclui discussões sobre maternidade e relacionamentos abusivos. Tá na Netflix. 

domingo, 11 de setembro de 2016

Tallulah (2016)

Quem vê o poster de "Tallulah" entre as opções da Netflix pode pensar, por um momento, que se trata de uma continuação de "Juno" (2007, de Jason Reitman). Vemos Ellen Page segurando um bebê ao lado da atriz Allison Janney, que também estava naquele filme. "Tallulah" é uma produção original da Netflix escrita e dirigida por Siam Heder, atriz e roteirista que escreveu vários episódios da série "Orange is the new black" (também da Netflix). Este é seu primeiro longa metragem e é um filme bastante feminino, tanto no tema quanto na equipe que o produziu (a diretora de fotografia também é uma mulher, Paula Huidobro).

Ellen Page é Tallulah, uma órfã que mora em uma van com a qual cruza os EUA na companhia do namorado Nico (Evan Jonigkeit). Nico, cansado da vida nômade, abandona Tallulah e diz que vai voltar para casa, em Nova York. Tallulah chega antes do namorado à "Big Apple" e entra em contato com a mãe dele, Margo (Allison Janney), que mora em um apartamento enorme na Quinta Avenida. Tallulah não está sozinha; ela carrega no colo uma linda bebê e diz que ela é filha de Nico. Explicando: no dia anterior Tallulah havia sido confundida com uma camareira de um hotel por Carolyn (Tammy Blanchard), uma mulher que lhe pediu que cuidasse da filha aquela noite. A mulher estava claramente bêbada e não tinha nenhuma condição de ser mãe ou cuidar de uma criança, e Tallulah, em um impulso, acabou sequestrando a menina.


O filme, que poderia facilmente cair no melodrama, é bastante sensível e tem ótimos momentos causados pela química entre Page e Janney. Além da maternidade, um tema forte no filme é o abandono. Tallulah havia sido abandonada pela mãe aos seis anos de idade, que a largou em um orfanato e nunca mais voltou. A personagem de Allison Janney não só foi abandonada pelo filho Nico como pelo marido, que há três anos a trocou por outro homem (vivido por Zachary Quinto, o Spock dos novos filmes de Star Trek). Mesmo Carolyn, que a princípio é mostrada como uma mãe completamente irresponsável, acaba se revelando uma personagem complexa que tenta atrair a atenção do marido, que a renega. Há algumas conveniências, como o fato de demorar tanto para Nico chegar à Nova York e revelar a farsa de Tallulah, ou o fato de que ninguém a reconhece das notícias de jornal que mostram seu rosto. E há uma daquelas cenas difíceis de engolir quando um personagem encontra outro, sem querer, em uma cidade do tamanho de Nova York.

No geral, porém, "Tallulah" é um bom filme, muito bem interpretado e dirigido com competência. A cena final, cheia de poesia, é ótima. O filme está disponível na Netflix.

João Solimeo