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terça-feira, 21 de abril de 2015
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Robocop
"Robocop" foi lançado em 1987 com direção do holandês Paul Verhoeven. Era uma ficção-científica passada em um futuro próximo, satírica e extremamente violenta. O sucesso gerou duas continuações (bastante inferiores) e até uma série de desenhos animados. O policial meio homem, meio máquina volta agora repaginado pelas mãos do brasileiro José Padilha, "quente" nos Estados Unidos depois do enorme sucesso de "Tropa de Elite". Levando-se em conta a crueza e violência dos filmes de Padilha, até que não era uma má escolha. O problema é que estamos no século 21 e, para os padrões do cinema atual, não cabe fazer um filme sobre um "herói" como Robocop da mesma forma violenta de Verhoeven. O cyborg retorna em um filme tão clean quanto vazio, o que é uma pena.
Os erros começam pela escalação do elenco. Há vários bons atores jovens por aí, mas Padilha escolheu para o papel principal o inexpressivo sueco Joel Kinnaman. O rapaz tem uma voz grave, o que é apropriado para Robocop, mas em um papel em que toda a interpretação depende das expressões faciais, Kinnaman é muito frio. E o que dizer dos vilões? O Robocop de 1987 trazia os ótimos Ronny Cox e Kurtwood Smith como os bandidos que aterrorizavam a cidade de Detroit. Na versão atual, fica até difícil saber quem são realmente os vilões da história. O grande Michael Keaton está desperdiçado como Raymond Sellars, o chefe da empresa que faz fortuna mundo afora com robôs de combate. Gary Oldman é o Dr. Norton, o responsável pela criação do Robocop. Oldman é bom ator, mas os roteiristas não sabem o que fazer com o personagem dele. Em um momento ele é uma figura paterna para Alex Murphy, o policial transformado em Robocop. Em outro, porém, mexe no cérebro do rapaz para que ele não possa mais sentir emoções. Depois muda de ideia novamente. Há ainda um vilão chamado Antoine Vallon (Patrick Garrow), que entra mudo e sai calado, sendo praticamente irrelevante para a trama (que diferença de Clarence Boddicker). Samuel L. Jackson interpreta um jornalista de direita que, estranhamente, lembra muito o personagem Fortunato, de "Tropa de Elite 2". (leia mais abaixo)
Sem falar que, ao mudar a origem do personagem do Robocop, o filme de Padilha lhe tirou toda a motivação. Enquanto no filme original Alex Murphy (na época interpretado por Peter Weller) era brutalmente mutilado por Boddicker e sua gangue, na versão atual Murphy vai parar no hospital quando seu carro explode, em um impessoal atentado a bomba. Esta versão de Robocop é tão clean que as balas disparadas pela arma do cyborg são elétricas, ou seja, não matam (a não ser quando ele quer). Tudo parte do esforço em fazer um filme "inofensivo" para pré-adolescentes (que encontram muito mais violência nos games que jogam em casa).
A sátira social presente no filme de Verhoeven se transformou, nesta versão, em um discurso vazio sobre o uso de drones pelos Estados Unidos mundo afora. José Padilha conseguiu levar seus habituais colaboradores, o fotógrafo Lula Carvalho e o editor Daniel Rezende para trabalhar com ele. Pena que o roteiro (escrito por Joshua Zetumer) seja tão fraco e pouco ousado.
Câmera Escura
Os erros começam pela escalação do elenco. Há vários bons atores jovens por aí, mas Padilha escolheu para o papel principal o inexpressivo sueco Joel Kinnaman. O rapaz tem uma voz grave, o que é apropriado para Robocop, mas em um papel em que toda a interpretação depende das expressões faciais, Kinnaman é muito frio. E o que dizer dos vilões? O Robocop de 1987 trazia os ótimos Ronny Cox e Kurtwood Smith como os bandidos que aterrorizavam a cidade de Detroit. Na versão atual, fica até difícil saber quem são realmente os vilões da história. O grande Michael Keaton está desperdiçado como Raymond Sellars, o chefe da empresa que faz fortuna mundo afora com robôs de combate. Gary Oldman é o Dr. Norton, o responsável pela criação do Robocop. Oldman é bom ator, mas os roteiristas não sabem o que fazer com o personagem dele. Em um momento ele é uma figura paterna para Alex Murphy, o policial transformado em Robocop. Em outro, porém, mexe no cérebro do rapaz para que ele não possa mais sentir emoções. Depois muda de ideia novamente. Há ainda um vilão chamado Antoine Vallon (Patrick Garrow), que entra mudo e sai calado, sendo praticamente irrelevante para a trama (que diferença de Clarence Boddicker). Samuel L. Jackson interpreta um jornalista de direita que, estranhamente, lembra muito o personagem Fortunato, de "Tropa de Elite 2". (leia mais abaixo)
Sem falar que, ao mudar a origem do personagem do Robocop, o filme de Padilha lhe tirou toda a motivação. Enquanto no filme original Alex Murphy (na época interpretado por Peter Weller) era brutalmente mutilado por Boddicker e sua gangue, na versão atual Murphy vai parar no hospital quando seu carro explode, em um impessoal atentado a bomba. Esta versão de Robocop é tão clean que as balas disparadas pela arma do cyborg são elétricas, ou seja, não matam (a não ser quando ele quer). Tudo parte do esforço em fazer um filme "inofensivo" para pré-adolescentes (que encontram muito mais violência nos games que jogam em casa).
A sátira social presente no filme de Verhoeven se transformou, nesta versão, em um discurso vazio sobre o uso de drones pelos Estados Unidos mundo afora. José Padilha conseguiu levar seus habituais colaboradores, o fotógrafo Lula Carvalho e o editor Daniel Rezende para trabalhar com ele. Pena que o roteiro (escrito por Joshua Zetumer) seja tão fraco e pouco ousado.
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sábado, 5 de abril de 2008
A Espiã

O holandês Paul Verhoeven é famoso por suas cenas de violência e sexo. Em alguns casos, cenas de ambos. É dele o já "clássico" Instinto Selvagem ("Basic Instinct), que em 1992 mostrou ao mundo a mais famosa cruzada de pernas do cinema, protagonizada por Sharon Stone. O filme não fazia o menor sentido em termos de roteiro, mas as cenas de Stone mais o suspense influenciado por Hitchcock fizeram muito sucesso. Verhoeven estreou no cinema americano com o estilizado "Conquista Sangrenta" (Flash and Blood, 1985), com Rutger Hauer e fez muito sucesso em seguida com "Robocop" (1987). Este último contém algumas das cenas mais violentas do cinema, mas era um primor em técnica (as cenas filmadas pelo ponto de vista de Robocop são brilhantes) e tinha bela trilha sonora de Basil Poledouris. Em seguida veio "O Vingador do Futuro" (Totall Recall, 1990), sobre um operário que se transforma em agente secreto e é enviado à Marte; ou será que é tudo um sonho? A história foi baseada em um conto de Philip K. Dick (de Blade Runner e Minority Report). Com essa série de sucessos no currículo, Verhoeven perdeu o rumo em uma série de fracassos, como "Showgirls" (1995, tão ruim que chega a ser cômico); "Tropas Estelares" (1997, pornograficamente violento) e "O Homem sem Sombra" (2000). Sua estrela parecia ter se apagado e ele desapareceu da cena cinematográfica americana.
Ele retorna agora com "A espiã", seu primeiro filme feito na Holanda em mais de vinte anos. O resultado é um filme bastante interessante e muito bem feito, mas com vários problemas. A atriz Carice van Houten está muito bem no papel de uma cantora judia que perde toda a família quando tenta fugir da Holanda. Ela consegue escapar milagrosamente de um massacre e começa a trabalhar para a resistência holandesa, espionando um alto oficial alemão chamado Ludwig Müntze. Bela e sensual, a garota adota o nome de Ellis de Vries e se envolve fisicamente com Müntze na tentativa de auxiliar os membros da resistência. O filme é passado na Holanda no final da Segunda Guerra Mundial e é muito bem feito, com estilo de cinema clássico e sem os efeitos especiais que fizeram Verhoeven famoso nos EUA. Carice van Houten está muito bem como Ellis e ela lembra as antigas divas da era de ouro de Hollywood. Mas este é um filme de Paul Verhoeven, o que significa que ela é vista nua em várias cenas. A direção, por vezes, é confusa. Quando a família de Ellis é massacrada em frente a seus olhos, por exemplo, ela permanece estranhamente fria e tranquila, mesmo tendo levado um tiro de raspão na cabeça. O roteiro é maniqueísta ao criar personagens "do bem" e "do mal" com quem o espectador pode se identificar (ou odiar). Falta também uma explicação melhor sobre o passado da moça. Sabe-se que ela foi uma cantora, mas de que tipo? Ela foi famosa o suficiente para ser reconhecida durante a guerra? De onde ela veio? O roteiro mostra os pais e irmãos em uma cena apenas para matá-los em seguida, o que é uma saída simples demais. Mesmo com esses problemas (e com a duração longa), "A Espiã" é um filme interessante de se ver. E, quem sabe, o filme traga Verhoeven de volta às telas com mais frequência.
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