Há muito de "Os Infiltrados", de Martin Scorsese, em "Os Donos da Noite". Escrito e dirigido por James Gray, o filme poderia até se passar por uma história paralela à vivida por Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Mark Wahlberg no filme de Scorsese. Há várias semelhanças na trama e no fato de que Mark Wahlberg também está no elenco, reprisando o papel de um policial honesto, mas cabeça quente. Isso não significa que "Os Donos da Noite" seja um filme menor. Scorsese é Scorsese, claro, e James Gray não dirige com o mesmo talento, mas é um filme muito bom.sábado, 30 de agosto de 2008
Os Donos da Noite
Há muito de "Os Infiltrados", de Martin Scorsese, em "Os Donos da Noite". Escrito e dirigido por James Gray, o filme poderia até se passar por uma história paralela à vivida por Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Mark Wahlberg no filme de Scorsese. Há várias semelhanças na trama e no fato de que Mark Wahlberg também está no elenco, reprisando o papel de um policial honesto, mas cabeça quente. Isso não significa que "Os Donos da Noite" seja um filme menor. Scorsese é Scorsese, claro, e James Gray não dirige com o mesmo talento, mas é um filme muito bom.quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Antes que o diabo saiba que você está morto
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
As Aventuras de Molière
Espécie de versão francesa de "Shakespeare Apaixonado" (1998), este filme apresenta de forma romanceada parte da vida do dramaturgo e ator francês Jean-Baptiste Poquelin, conhecido como Molière. Confesso que, com exceção de "O Doente Imaginário", que vi no teatro na adolescência, tive pouco contato com as peças de Molière e não percebi várias das referências constantes no filme. Escrito e dirigido por Laurent Tirard, o filme começa com a volta de Molière (Romain Duris) à Paris, famoso e bem sucedido, depois de 13 anos viajando e se apresentando pela França. Apesar de seu nome ser sinônimo de comédia, Molière tem intenção de apresentar uma tragédia no Teatro Real. Sua trupe lhe diz que ele não sabe interpretar tragédias, e o próprio rei da França lhe pede por uma comédia. Mas Molière só se convence do fato depois de visitar uma mulher misteriosa que, à beira da morte, pediu que ele viesse lhe visitar. Quem seria ela?sábado, 23 de agosto de 2008
Curtas em Sampa

- Dossiê Rê Bordosa - direção: César Cabral (dur: 16 min): espetacular animação com bonecos que, em forma de documentário investigativo, tenta desvendar o caso da morte da personagem Rê Bordosa, do cartunista Angeli. A animação é muito boa e foi feita quadro a quadro pelo próprio diretor, em um processo que levou um ano (mais seis meses de pós produção). O roteiro, engraçadíssimo, conta com a presença de outros personagens de Angeli, como Bob Cuspe e Bibelô, além de amigos e colegas, todos transformados em bonecos animados. Clássico instantâneo.
- Blackout - direção: Daniel Rezende (dur: 10 min): curioso que um montador famoso pelos cortes rápidos de "Cidade de Deus" tenha decidido fazer seu primeiro filme em um longo plano sequência. Um deputado suplente (Wagner Moura) e um Assessor da Assembléia Legislativa (Augusto Madeira) entram em uma sala em Brasília para fumar um baseado e fofocar sobre um outro deputado, que estaria em apuros. Há boatos de que este deputado estaria transando com a esposa de um governador e que um escândalo está para acontecer. É então que eles percebem que há uma bomba no fundo da sala. Para piorar, a bomba está amarrada ao deputado de quem eles estavam falando. Para piorar (sempre pode ficar pior, diz Wagner Moura em uma frase do filme), a porta da sala está emperrada e um blackout acontece em Brasília, deixando todos no escuro. O curta é todo filmado de um único ponto de vista, o da bomba no fundo da sala, e é muito bem dirigido. Rezende, em um debate após a sessão, disse que o plano sequência também tem edição, só que ela é feita no próprio set de filmagem. O curta foi rodado em apenas um dia, após alguns dias de ensaio, e tem a fotografia de César Charlone e montagem de Valéria de Barros. Charlone, a propósito, faz uma ponta no curta como o político amarrado à bomba.
Veja a programação completa do Festival aqui
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Câmera Escura!
Nada mais apropriado do que postar aqui este projeto. A PUC-Campinas foi palco esta semana de uma série de exposições e palestras envolvendo a fotografia, além de prestar homenagem a Hércules Florence, francês radicado no Brasil que, no século XIX, foi o inventor brasileiro da fotografia. Uma das atrações da semana é o projeto "O Brasil pelo Buraco da Agulha". A idéia é simples mas extremamente elegante e sofisticada. Nesta era de megapixels e vida digital, o projeto conta com um caminhão/casa ambulante que tem um furo na lateral do baú. Por este furo a luz entra no caminhão, que se transforma em uma gigantesca Câmera Escura. O fotógrafo e aventureiro português Mica Costa Grande, de forma totalmente artesanal, coloca um papel fotográfico de aproximadamente 3 metros de comprimento na parede oposta ao furo e, em exposições que podem durar até oito horas, capta fotografias panorâmicas com definição impressionante. O caminhão esteve parado no Campus I da PUC esta semana e hoje fomos visitá-lo. Costa Grande fecha todo o caminhão e faz uma demonstração de como o processo da Câmera Escura funciona. Na parede oposta ao furo pode-se enxergar uma imagem (invertida e de ponta cabeça) da paisagem lá fora. É algo extremamente simples e lúdico ver o mundo desta forma. As pessoas geralmente não conseguem entender a simplicidade de uma câmera fotográfica. Costa Grande diz que ver a paisagem assim requer um modo diferente de ver o mundo e de interpretar os códigos. "Um bebê não consegue entender o que ele está vendo porque ainda não sabe o que as imagens significam", disse ele. Nosso cérebro consegue enxergar uma casa quando vê uma, mas é uma questão de experiências anteriores.
Jogos do Poder
Outro dia falei aqui de "Leões e Cordeiros", de Robert Redford, e mencionei que lembrava algum episódio de "The West Wing", de Aaron Sorkin. Pois é, "Jogos de Poder" é um Sorkin "legítimo" e conta com uma equipe impressionante. O filme conta a história real de um congressista americano chamado Charlie Wilson (Tom Hanks), um mulherengo que dividia seu tempo entre o congresso em Washington e bordéis em Las Vegas, cercado de "strippers" e cocaína. Apesar deste caráter duvidoso, o filme mostra como Wilson, auxiliado por uma socialite de Houston (Julia Roberts) e um agente excêntrico da CIA (Philip Seymour Hoffman, excelente), ajudou a terminar com a Guerra Fria. Nos anos 80 a antiga União Soviética invadiu o Afeganistão e estava massacrando a população local com helicópteros e armamento pesado. A CIA tinha um orçamento anual de apenas 5 milhões de dólares para "operações especiais" (leia-se espionagem e sabotagem) no país. Wilson se interessa pela situação e pede para dobrar este orçamento, o que atrai a atenção de Joanne Herring (Julia Roberts), a 6a. mulher mais rica do Texas, que "encontrou Jesus" e quer tirar os comunistas do Afeganistão. Apesar de "religiosa", Joanne se envolve sexualmente com o mulherengo Wilson desde a primeira "reunião", e ambos decidem procurar ajuda para resolver o conflito no oriente. Usando os contatos de Joanne e contando com a ajuda do agente da CIA Gust Avrakotos, Wilson elabora um plano de fornecer armamento russo para os rebeldes afegãos contando com a ajuda de inimigos históricos como Israel e a Palestina. O armamento não pode ser americano porque, oficialmente, os Estados Unidos não estavam envolvidos no conflito. Extra-oficialmente, porém, os EUA elevaram cada vez mais o orçamento das operações secretas da CIA, chegando de 5 milhões anuais para até um bilhão de dólares. Com todo esse dinheiro, treinamento e armamento anti-helicópteros, os rebeldes afegãos conseguiram derrotar a União Soviética, que acabou ruindo alguns anos depois. A ironia é que estes afegãos, treinados pelos americanos, iriam se tornar o Taliban. sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Era uma vez...
A força e a honestidade das interpretações são as principais razões para se gostar de "Era uma vez...", novo filme de Breno Silveira, diretor de "Dois Filhos de Francisco". O elenco é encabeçado por Thiago Martins, que não é exatamente um desconhecido (já participou de "Cidade de Deus" e outras produções), mas os atores soam todos naturais. O filme é uma espécie de versão brasileira da história de "Romeu e Julieta". Nada muito novo ou original mas, repito, o trabalho soa "honesto" na interpretação de Thiago como Dé, um rapaz que mora da favela do Cantagalo, em pleno bairro nobre de Ipanema, a quatro quadras da Avenida Vieira Souto. Ele trabalha em um quiosque que vende cachorro-quente na praia, que fica em frente a um apartamento de luxo onde mora Nina (a estreante Vitória Frate, muito bem no papel), por quem ele é apaixonado. Do quiosque ele a vê à janela e fica imaginando como é a vida de quem tem dinheiro. Ele mora em um barraco com a mãe (Cyria Coentro), e tem uma vida difícil. Um irmão foi morto ainda quando criança por um traficante local e o outro, Carlão (Rocco Pitanga) foi preso pela polícia por engano.quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Leões e Cordeiros
Não é um filme “cinematográfico”, é verdade. São basicamente duas longas conversas entrecortadas por alguma ação. Em uma escola de Washington, o professor Stephen Malley (Robert Redford, que também dirige o filme) não está satisfeito com a performance de um aluno que, um dia, ele considerou brilhante. Ele é Todd Hayes (Andrew Garfield), um rapaz que tem boas notas, mas muitas faltas, e simplesmente perdeu o interesse nas aulas de Ciência Política ministradas por Malley. O professor lhe propõe um trato: ele não precisaria vir a mais nenhuma aula até o final do ano e ainda assim receberia nota “B” na média final. Ou então ele poderia decidir não faltar mais a nenhuma aula, mas teria que participar ativamente de todas elas, como costumava fazer. Por que ele perdera o interesse? O aluno explica que não tem mais esperança na política e que resolveu que iria apenas “fazer a sua parte”, pagar seus impostos, trabalhar e tirar proveito do que o país tivesse a oferecer, mas nada mais do que isso.
Enquanto isso, em outra parte de Washington, um senador republicano (Tom Cruise) chama para uma entrevista exclusiva a jornalista Janine Roth (Meryl Streep), com o objetivo de lhe passar uma nova estratégia militar que seria implementada pelo governo americano no Afeganistão. O que se segue é um longo debate entre os dois em que questões como a guerra do Iraque e o clima político pós 11 de setembro são discutidos. A nova estratégia consiste em usar um número menor de soldados no Afeganistão. Eles ocupariam as montanhas durante o inverno e teriam vantagem tática contra o Talibã quando o verão chegasse. A jornalista, que começou a carreira em plena Guerra do Vietnam, vê com desconfiança e sensação de “deja vu” tais táticas militares. Apesar da troca de gentilezas entre os dois, fica claro o clima tenso no ar, com acusações fundamentadas de ambos os lados. A jornalista levanta os vários erros militares cometidos no Iraque e as milhares de vidas perdidas. O político, por seu lado, pede para que ela se concentre no presente e a lembra de que a imprensa havia apoiado integralmente a ofensiva contra o Iraque.
Em uma terceira trama, acompanhamos a tática mencionada por Cruise sendo aplicada no Afeganistão. Mas nem tudo é simples como os engravatados em Washington imaginavam. Um helicóptero americano é atacado por uma bateria antiaérea no topo das montanhas geladas. Dois jovens soldados, Arian Finch (Derek Luke) e Ernest Rodriguez (Michael Pena), são jogados na neve lá embaixo. Os dois, ficamos sabendo através de flashbacks, foram alunos exemplares do professor Malley. As três histórias são entrecortadas durante todo o filme. Arian e Rodriguez eram alunos pobres que chamaram a atenção do professor durante um debate em classe, em que eles pregavam mais comprometimento por parte dos americanos para se criar uma sociedade melhor. Os outros alunos os chamaram de hipócritas, dizendo que eles também, no fundo, só estavam esperando a hora de entrar em uma boa universidade e ganhar dinheiro. Os dois resolvem provar seu comprometimento mostrando seus papéis de alistamento no exército. Redford não acredita que esta seja a melhor maneira de ajudar o país e tenta fazê-los mudar de idéia.
Tudo isso é discutido e debatido em longas conversas. Senti influência da série “The West Wing”, de Aaron Sorkin, famosa por conter debates políticos pelos corredores da Casa Branca. Repetindo, não é muito cinematográfico (a série, diga-se de passagem, era até mais dinâmica). Tudo se passa em duas salas em Washington (a sala do professor e o gabinete do senador) e na montanha gelada. Mas os pontos levantados são relevantes e é raro vê-los discutidos em um filme deste modo. Devemos simplesmente falar mal da política ou fazer algo a respeito? Há o que ser feito? O mundo aprendeu alguma coisa com as guerras do passado ou estamos repetindo os mesmos erros geração a geração? Pode não ser um filme muito “agitado”, mas vale pegar o DVD.
domingo, 10 de agosto de 2008
Morre Isaac Hayes
Who's the black private dick
That's a sex machine to all the chicks?
SHAFT!
Ya damn right!
Who is the man that would risk his neck
For his brother man?
SHAFT!
Can you dig it?
Who's the cat that won't cop out
When there's danger all about?
SHAFT!
Right On!
They say this cat Shaft is a bad mother
SHUT YOUR MOUTH!
I'm talkin' 'bout Shaft.
THEN WE CAN DIG IT!
He's a complicated man
But no one understands him but his woman
JOHN SHAFT!
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Isaac Hayes foi encontrado morto, aos 65 anos, em Memphis, EUA. O compositor ficou famoso pelo tema acima, da trilha sonora do filme "Shaft" (de Gordon Parks, 1971), que ganhou o Oscar de Melhor Canção. "Shaft" foi um marco dos filmes conhecidos como "blaxploitation", feitos por e para a comunidade negra americana nos anos 1970.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
A Vida dos Outros
Gerd Wiesler (Ülrich Muhe) é um funcionário exemplar da Stasi, a polícia secreta alemã, e membro devotado do Partido Comunista. Ele está ensinando adolescentes, em uma universidade, a escutar o depoimento de um suspeito e notar se ele está dizendo a verdade ou a mentira. Um aluno, sensibilizado com o sofrimento do suspeito após horas de interrogatório, diz que aquilo é desumano. Wiesler anota o nome do aluno e explica que um inocente ficaria cada vez mais revoltado, enquanto que um culpado ficaria cada vez mais quieto, ou começaria a chorar. Na fita, escutamos os soluços do suspeito.Trailer:
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Star Wars: Comentários de George Lucas

De uns anos pra cá descobri que tenho pouca paciência com Lucas, que me soa cada vez mais falso. E no início do filme quase parei de escutá-lo, quando ele começou com aquela história de "estudar mitologia" para criar um "mito moderno" e blá blá blá que, cá entre nós, não cola muito. Sim, os personagens são arquétipos, são baseados em modelos pré-estabelecidos de heróis (Luke, Han Solo), figuras paternas (Obi-Wan Kenobi), princesas (Leia), vilões sombrios (Darth Vader), etc, mas não acho que as intenções de Lucas eram assim tão "nobres" quando fez o filme. Era uma grande aventura, sim, que com o tempo (e principalmente com os outros filmes, "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi") ganhou uma dimensão e uma profundidade maiores.
Mas ele disse coisas interessantes. Como a relação com Alec Guinnesss, que era uma figura que trazia mais calma ao set de filmagem. E que, originalmente, Obi-Wan Kenobi iria viver até o final do filme, mas que Lucas percebeu que ele não teria muita função depois da fuga da Estrela da Morte, e por isso decidiu "matá-lo". Guinness não teria ficado nada contente com a idéia e Lucas teve de convencê-lo.
Também achei interessante a "confissão" por parte de Lucas de que os três filmes anteriores a "Uma Nova Esperança" eram apenas idéias sobre o passado dos personagens, e não roteiros completos, como se dizia antes. Por muito tempo se difundiu a idéia de que Lucas teria escrito nove roteiros, que formariam três trilogias, mas Lucas diz que, na década de 70, quando ele estava preparando "Uma Nova Esperança", ele tinha apenas esboços das histórias de cada personagem. Ele também disse que o Universo de Star Wars é um universo "usado", que ele queria passar a impressão que pessoas realmente moravam ali, que os cenários eram sujos e gastos de propósito. Ele diz que o filme é muito mais uma fantasia do que um filme de ficção-científica. Segundo ele é muito ruim quando um filme tenta ficar se explicando o tempo todo. Star Wars é passado inteiro em planetas e em um Universo desconhecido, mas ele não queria ficar parando para explicar nem a parte técnica (como funciona um sabre de luz, por exemplo), ou do cotidiano daquelas pessoas. Irônico é que quando Lucas resolveu fazer as chamadas “prequels” (“A Ameaça Fantasma”, “O Ataque dos Clones” e “A Vingança dos Sith”, os três filmes que contavam a história anterior à trilogia original de Star Wars), um de seus maiores pecados foi justamente ficar explicando tudo. Lucas criou inclusive uma explicação biológica para a “Força” (produzida por seres simbiontes que viveriam no sangue das pessoas), o que contradiz tudo isso que ele disse sobre os filmes originais.
Lucas tinha formação de editor e diz que queria contar uma história da forma mais cinematográfica possível. As batalhas espaciais foram baseadas em filmes da Segunda Guerra Mundial, e Lucas chegou inclusive a editar o final do filme originalmente usando imagens de filmes e documentários da guerra para conseguir explicar aos técnicos em efeitos espaciais o visual que ele estava procurando. A revolução veio com uma técnica chamada de “motion control camera”, que permitia que uma câmera controlada por computador repetisse sempre os mesmos movimentos, filmando modelos em escala que eram compostos para criar os planos espetaculares da seqüência final do filme, o ataque contra a Estrela da Morte.
“Contradição” é uma boa palavra ao se falar em George Lucas. O “Guerra nas Estrelas” original é ao mesmo tempo clássico e de vanguarda. Clássico porque bebeu na fonte de cineastas como Akira Kurosawa e John Ford (pode-se descrever Star Wars como um faroeste passado no espaço, com samurais que lutam usando espadas de laser). Vanguarda, pois Lucas redefiniu os padrões técnicos do gênero e revolucionou a arte dos efeitos especiais. Mas é engraçado ver os belos efeitos mecânicos do filme, usando modelos e cenários reais (vindos do cinema clássico) e escutar Lucas reclamando que não podia, na época, criar digitalmente centenas de criaturas e monstros (como fez, repito, nos decepcionantes filmes recentes da saga).
De qualquer forma, o filme é um clássico inegável, que sobreviveu até às mutilações e transformações digitais que o próprio Lucas cometeu, em 1997 (na chamada “edição especial”). O DVD “Edição Limitada” trás também a versão original do filme, respondendo ao clamor de milhões de fãs mundo afora que sabem que, na verdade, Han sempre atirou primeiro.